Travis Trentham, de 30 anos, e Steve Gifford, de 40, são os gringos que buscam passar sua experiência e liderar o time no Torneio Touchdown, cuja estreia será sábado, às 15h (de Brasília), contra o Ipatinga Tigres, fora de casa. Vindo do Texas, o primeiro deles precisou vencer uma dura batalha fora dos gramados para ser o quarterback titular do Glorioso.
E a lembrança dessa vitória está estampada em suas costas. O dia 6 de julho de 2006 (na foto aparece 07/06/06 porque a data está escrita do modo americano, com o mês na frente) ficará guardado na memória de Travis como "uma segunda chance". Na época, com apenas 23 anos, o quarterback praticava basquete, mas começou a se sentir "meio aéreo, meio fraco" nas partidas. Foi quando veio o diagnóstico de uma anemia aplástica severa, doença na qual a produção dos três elementos figurados do sangue - glóbulos brancos, plaquetas e glóbulos vermelhos - é insuficiente.
Passei a ver a vida de uma nova maneira. Queria aproveitar cada momento"
Travis Trentham
As opções? Tratamento com remédios pesados que poderiam, segundo os médicos, deixar sequelas ou um transplante de medula óssea, caso um doador compatível fosse encontrado. Quis o destino que o irmão de Travis pudesse ajudá-lo. A data da tatuagem é justamente a da cirurgia. Tudo correu bem, e o americano "nasceu de novo". Após a recuperação de cerca de um ano, com exaustivas idas quase diárias ao hospital para exames e acompanhamento, ele finalmente pôde retornar à faculdade de Interdisciplinary Studies (do inglês, "Estudos Interdisciplinares", um misto de filosofia, psicologia e sociologia).
- Passei a ver a vida de uma nova maneira. Queria aproveitar cada momento. Coloquei a data para lembrar que estive quase sem vida. Quando me formei na faculdade, meu irmão dava aula de inglês na Europa e eu resolvi que queria fazer o mesmo. Mas queria um lugar de praia. Uma amiga cujo pai trabalha em uma empresa brasileira de petróleo em Houston me indicou o Brasil. Decidi vir e estou apaixonado pelo país. Desde então, dou aulas de inglês para sete ou oito empresas por aqui. Eu adoro meus estudantes. Eles são pessoas interessantes e isso é uma grande recompensa para mim - relatou.
Com um português bastante fluente e muita simpatia, ele ganhou os alunos, em sua maioria homens e mulheres de negócios, com diversos níveis de conhecimento na língua. Gisele Maia, que trabalha para uma grande empresa mineradora, tem aulas com o americano desde dezembro de 2012. Segundo ela, o Travis professor é bem diferente do Travis quarterback.
- Ele é muito calmo, muito tranquilo. É dedicado, me ajuda e é ótimo para ensinar inglês. E tem muita paciência com os estudantes. Eu o considero meu amigo. Além do que a história dele é muito interessante - disse Gisele Maia.
Linebacker divide quarto com Travis e é faixa preta de jiu-jítsu
Apaixonado pela tranquilidade da Barra da Tijuca e, ao mesmo tempo, pelo movimento do Centro da cidade, Travis Trentham mora em um apartamento em Copacabana, de onde pode "pegar ônibus e ir para qualquer lugar do Rio de Janeiro". E ele divide o local com outro jogador do Botafogo Futebol Americano, o conterrâneo Steve Gifford, que tem 40 anos e atua como linebacker.
Assim como a de Travis, a história de Steve é curiosa. Ele chegou antes do colega de time ao país. Em 2002, veio para lutar na "meca do jiu-jítsu brasileiro", o Rio de Janeiro. E gostou tanto que voltou. Mas, desta vez, para se fixar na cidade. Faixa preta na arte marcial, o atleta vendeu tudo nos Estados Unidos e se mudou. Um amigo que jogava indicou a Gifford o futebol americano do Botafogo FA, onde está desde o ano passado.
- Voltou a paixão. Eu jogava nos Estados Unidos quando mais novo. Eu tento ensiná-los algumas coisas técnicas, pequenas, que são difíceis de se aprender se você não começou cedo. É como a arte marcial. Todo mundo pode lutar. A pessoa vai lá e fica se balançando. Mas é diferente de ver um faixa preta. Você pode ver no Youtube, na Internet, mas precisa aprender. Estou imerso nisso. É como o futebol no Brasil. Vir aqui e poder compartilhar é legal para mim porque estou ajudando a evoluir um esporte que eu amo. Talvez eles possam passar para outras crianças - comentou o jogador, que diz não ter tempo de praticar jiu-jítsu ultimamente.
- Voltou a paixão. Eu jogava nos Estados Unidos quando mais novo. Eu tento ensiná-los algumas coisas técnicas, pequenas, que são difíceis de se aprender se você não começou cedo. É como a arte marcial. Todo mundo pode lutar. A pessoa vai lá e fica se balançando. Mas é diferente de ver um faixa preta. Você pode ver no Youtube, na Internet, mas precisa aprender. Estou imerso nisso. É como o futebol no Brasil. Vir aqui e poder compartilhar é legal para mim porque estou ajudando a evoluir um esporte que eu amo. Talvez eles possam passar para outras crianças - comentou o jogador, que diz não ter tempo de praticar jiu-jítsu ultimamente.
Fonte:globoesporte.com
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